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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

De mal para sempre



Esta semana eu estava na sala de espera do cardiologista, aguardando ser chamado e me dizer o que tinha dado em meu exame do coração. Há alguns dias atrás, eu estava com uma gripe muito forte e com probabilidade de uma pneumonia. Felizmente não era pneumonia, mas o raio-x apresentou uma alteração no tamanho do coração, daí a necessidade de se fazer outro exame...


Bem, voltando à sala de espera. Estava eu naquela sala silenciosa, quando resolvi dar uma olhada nas revistas,  e o que a gente já sabe, é que revista em consultório médico é uma volta ao passado... Mas desta vez ,eu vi uns 4 gibis do Maurício de Souza, e por incrível que possa parecer, eram novos.
Peguei um do Cascão e comecei a ler, o que há muitos anos não fazia, coisa que eu adorava ler quando criança, e agora achava bobagem ler estas historiazinhas "bobinhas". Comecei a me entreter com a leitura e uma história me chamou a atenção.
Chamava-se "De mal pra sempre".
Era uma história engraçadinha, onde o Cascão e seu melhor amigo Cebolinha, acabavam brigando por qualquer bobagem, cada um ia para sua casa (eram vizinhos) e cada um, ao entrar todo nervoso era indagado pela mãe o ocorrido, eles diziam que tinham brigado e agora era para sempre,  e que não queriam mais ver a cara do outro nunca mais. As mães então diziam, "outra vez", e eles "sim, mas agora é para sempre".


Agora é para sempre!!!



Depois os dois entravam em suas casas, começavam a pegar as coisas de um e de outro que estavam consigo, para devolver e nunca mais ter que falar com o amigo.  Mas, quando chegavam perto um do outro (com os olhos vendados para não se verem), acabavam voltando
 a amizade. E assim suscediam as briguinhas e as voltas às boas dos dois amigos.

Nesta hora me deu uma tremenda sensação boa, da época de criança, onde os amigos viviam brigando e sempre acabavam voltando sem nenhuma rusga e nenhum ressentimento. Simplesmente esqueciam o acontecido e continuavam a boa amizade que um curtia pelo outro. Comecei a pensar, como nós adultos complicamos as coisas, fazemos muitas vezes uma tempestade em um copo dágua, já nem mesmo lembramos o "porquê" que brigamos, mas não temos a humildade de voltar as boas.

Lembro-me de ter lido uma frase que dizia "a amizade é como um copo de cristal, uma vez quebrado nunca mais se recupera". Que bobagem, por que esta regra tão boba e arrogante. Por que simplesmente não podemos reconhecer nossos erros e pedir perdão, ou por que não podemos simplesmente perdoar e aproveitar estes momentos tão bons que é curtir uma amizade pura e desinteressada?

Estava pensando tudo isso, e pensando naturalmente na minha vida, que hoje com 50 anos,
às vezes faço contas de quantos ainda viverei. Penso nas coisas ruins que aconteceram, e que tanto gostaria de apaga-las e poder ter de volta amigos e parentes que tanto sinto falta.
É horrível pensar que talvez eles irão ao meu enterro e talvez comentar que eu era uma boa pessoa.

Se "era" por que não podemos aproveitar esta vida juntos? Por que complicamos tanto, uma vida que é tão passageira, e que quando fazemos nossos 40, 50, ela voa tão rápido que já não sentimos ela passar.

Será que somos tão perfeitos que não erramos, e se erramos não podemos aceitar que nosso amigo erre?

Por que tem que ser "pra sempre"?





Enfim, acabei sendo chamado pelo médico e ele me disse que não era nada sério, e que deveríamos fazer uma acompanhamento a cada 2 anos. Sei lá quantos 2 anos mais.

 Ulysses M. Gavaldão   

Um comentário:

  1. Em homenagem ao dia das crianças, com quem
    aprendemos a nao esquecer que temos uma
    alma de criança, que a razão é que envelhece!!

    Lucia HB Gavaldao

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