Tempo templo
nem por acaso nem coisa de momento
ruína de pedra que levanta o vento
verde musgo
muta o firmamento
entre as beiras, uma palmeira
nos buracos das fendas, figueiras se acomodam
não como outrora
rostos cravados nas pedras como telas
fotos do passado
do dito eterno
o passado que guarda o presente
acalenta os espíritos por séculos
se embrenha como raízes nos olhares vivos da época
a morte
o esperado constante da matéria dura
se contrasta com o amarelo ouro e laranja do humano
que se sente pó
pozinho de ouro do universo
mas de pó um dia fez-se a rocha
e de fé, faz-se o eterno que parece existir
tudo isso, é sabedoria de sabiá.
- poema escrito por Marina Gavaldao