Bem-vind@s ao blog Filoso-Filhas!

Para as mulheres que manifestam a beleza e as dificuldades deste mundo...desta vida.

A partilha dos pensamentos que constróem montanhas e movem moinhos.

Poste aqui seus aprendizados e angústias!



Dedico este blog à minha mãe que me inspira a pureza do amor e da fé....Luz Helena.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mães

Frutos de um mundo imenso que uma mae pode criar...


SER MÃE....

Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha, casualmente, menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'.


Nós estamos fazendo 'uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?'




'Vai mudar a sua vida', digo cuidadosamente e mantendo meu tom neutro.


'Eu sei', diz ela, 'nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas...'


Mas, não foi nada disso que eu quis dizer. Olho para a minha filha, tentando decidir o que falar.


Na verdade, eu gostaria que ela soubesse o que, certamente, nunca aprenderá no curso para casais grávidos...


Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas tornar-se mãe provocará uma ferida emocional a qual ela estará, para sempre, vulnerável.


Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar: 'E se tivesse sido o MEU filho?'. Cada acidente de avião, cada incêndio, cada tragédia irá lhe assombrar.


Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.


Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso, que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe a reduzirá ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote.


Eu sinto que deveria avisá-la que, não importa quantos anos investiu em sua carreira, será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Poderá até conseguir uma ótima escola, mas um belo dia entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Nesse momento terá que usar cada milímetro de sua disciplina para não sair correndo ao encontro dele, apenas para ter certeza de que está bem.


Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.


Que um grito urgente de 'Mãeee!' fará com que derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar sequer por um instante.


Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não serão mais rotina.


Que a simples permissão para que um menino de 5 anos entre sozinho no banheiro masculino, ao invés do feminino, no Mcdonalds se tornará um enorme dilema. Ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões envolvendo independência e gênero serão pensadas diante da possibilidade de um molestador de crianças estar observando seu filho.


Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá, mas que jamais se sentirá a mesma.


Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando tiver um filho, pois que a daria em um segundo para salvar sua 'cria'. Mas, concomitante a isso, também passará a desejar por mais anos de vida - não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seu filho realizar o dele.


Que ela aprenderá a dar o verdadeiro valor à sua mãe.


Saberá que uma noite tranquila não significa que foi dormida por inteiro;


Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou as estrias se tornarão medalhas de honra.


Ela precisa saber que o relacionamento com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar talco num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que se apaixonará por ele novamente, mas por razões que, hoje, acharia nada românticas.


Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que, através da história, tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.


Espero que ela consiga entender porque penso racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que me torno temporariamente insana quando discuto a respeito de qualquer ameaça ao futuro de meus filhos.


Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta. Mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez.


Quero que ela prove a alegria que, de tão real, chega a doer...


O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.

'Você jamais se arrependerá', digo finalmente.

Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, por mim e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados... Este presente abençoado de Deus... que é ser MÃE.'



Autor Desconhecido

Nenhum comentário:

Postar um comentário